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CÃO


Embora tivesse uma sede inesgotável de saber coisas, a escola aborrecía-me, achava uma perda de tempo, distraía-me com tudo e com nada e mantinha um contínuo diálogo com o meu imaginário. A timidez também não facilitava as relações e para além do meu amigo pouco falava com os outros. Fazía muitas perguntas a mim próprio, coisas sem explicação, muitas delas deixavam-me a matutar por horas, os porquês, porquê assim e não de outra forma, porquê os nomes das coisas, porquê o frio quando há medo e o calor quando se brinca. Um dia ao regressar da escola um cão seguiu-me. Olhei-o nos olhos meigos, ele esticou a pata na minha direcção. Senti que falava comigo embora não entendesse tudo o que me dizía mas sabía que precisava dele junto de mim para me ensinar, para eu ter respostas para muitas das minhas perguntas. Dava-me segurança igual à que tinha quando segurava a mão do meu pai... Senta Cão, senta, ouve o resto...

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