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TRÍPTICO


Plantar uma árvore, escrever um livro, ter um filho. Da casa fiz o império que precisava para me sentir ligado à terra, ser homem de um País. Talvez não tenha escrito o melhor livro, mas fi-lo com aquilo que sabía e com o sentimento justo de quem presta homenagem a quem tanto me ajudara desde a infância. O meu amigo secreto foi a mão que me guiou ao longo de muitas páginas e onde voltei a fazer os passos que caminharamos juntos. Mas foi também a descoberta de que o meu filho havía sido esse amigo imaginário. Agora, sentir-lhe a mão para além das minhas invenções nas noites de trovoada em que me socorría dele para tapar os medos, era ter a responsabilidade de lhe apresentar o mundo, contar-lhe que de quando em vez lembrava-me de coisas que parecía não ter vivido como se me sentisse espectador de um peça em que sabía o enredo mas esperava poder alterar o desfecho. E ele entendía-me, olhava-me de olhos muito abertos e entendía-me.

4 memórias:

~pi disse...

sim

porque sendo o outro

tu

lado-centro-de-ti :)





~

Baila sem peso disse...

Sim, tríptico, em ligação à terra
Peça é ensaio que por vezes regressa
E sem saber se é princípio ou fim
A vida tem déjà vu tão nítidos
Que nos adormecem os sentidos...
E não sabemos se pensamos ou sonhamos
O desfecho, fica sempre num...enfim

Um beijo, com a continuada sensação
de que me é conhecida esta mão :)

Maria P. disse...

ainda se pode alterar o desfecho...

...ou não?

MagyMay disse...

Precisamos sempre de alguém do outro lado..ou ao lado...de retorno...de fazer para
Eu--->amigo imaginário...filho