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LIBERTAR


É absurdo o que damos de nós a quem amamos sem nos aperceber, sem medirmos a extensão de pele e alma que entregamos em noites incontadas, instalados numa permanente preocupação de valia, nutrição, zelo, contemplação. Por vezes tanta contemplação que cegamos e perdemos a bússola do tempo. Os filhos crescem, precisam do mesmo espaço que nós já reinvidicámos e rapidamente esquecemos nessa alternância de papéis que a próxima dádiva é entregá-los a eles mesmos. Descobri-o num dia, num único dia em que lhe falei de coisas que desde a infância me tentava recordar e de alguma forma o tempo havía-las desordenado, confundindo a minha realidade com a realidade geral. Foi súbita mente que descobri que o meu filho não pertencía a estas divagações. Crescera tão depressa... Agora procurava as dele mas não me podía contar. Sei agora que as chaves que abrem as portas que dão para a porta não lhe poderão ser entregues, não é a ele que compete carregar esse fardo.

4 memórias:

Baila sem peso disse...

E perdemos a bússula do tempo...
E perdemo-nos nesse espaço dado
e para nós a janela da vida,
uma libertação sempre sentida...
ficamos com o vazio, preenchido
de uma vaga de amor perdido...
só será encontrado com o tempo...
a bússula que encontrará guarida
na chave da porta, de outra vida!

Beijinho meu, no dizer teu :)
Boa semana

MagyMay disse...

Com os filhos perdemos sempre a bússola do tempo.
Bom, quando eles nos pôem nos nossos eixos.
Bom, quando temos noção que eles têm os seus próprios eixos.

Abraços.. chaves... portas...asas

jorge esteves disse...

Talvez seja mais acertado ter por certo apenas as coisas incertas...

abraço!

marisa disse...

Perdemos sim a bússola do tempo, se é que alguma vez nos foi dada alguma...
Eu estou nessa fase de "libertar" os meus filhos.
Continuo a venerar as palavras e as imagens que por aqui encontro.
Abraços
marisa