
O armário vazio, a porta que se bate, as lágrimas que falam em vez das palavras que não são cruéis o suficiente para que o outro sinta quanta dor se leva na bagagem. Deixei-a saír, pareceu que não era importante. Já nada era diferente que me surpreendesse e despertasse do limbo em que eu próprio me enleava. Sabía-me bem sentir pena de mim, um incompreendido que nunca tivera respostas. A cama passou a ser um aluguer de corpos, uma coberta que me aconchegava quando tinha frio, o cheiro de suado a lembrar o tempero de vida. Eu era uma porta: deixava-me atravessar, nunca aberta, nunca fechada.
6 memórias:
Passagens pela porta entreaberta
no fundo um grito de alerta...
A cama ao corpo emprestava
a coberta que ele destapava...
Lágrimas fazem bem na dor
quando limpam o interior...
E a porta logo vai de novo abrir
necessário é, esse novo sentir!
(lá no meu cantinho a prata é cor
aro que apenas canta a beleza do amor...não, não faz anos de nada
é simplesmente a minha alma pela poesia e pelo Tejo...um louvor!:))
Beijo e bom Domingo
Tão claro, este texto!
Revejo-me na melancólica aceitação do que se é.
Cumprimentos
Passagens sem retorno...
Beijos*
Quando alguém sai, vem o "luto"... umas vezes apaziguado, outras revoltado, outras questionado...safado isto!!!
"Eu era uma porta: deixava-me atravessar, nunca aberta, nunca fechada."
Aquele meio termo em que por vezes caímos, sem que no entanto disso tenhamos consciência...
Até mais.
ps: Tenho muito que ler...
há esse tempo de atravessar
e o outro
de ser atravessado,
[ assim como aprender e
desaprender,
assim como crescer,
beijo
~
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