Os corpos substituíam-se à velocidade dos lençóis a mergulharem numa escuridão cada vez mais densa, peganhenta, dificil de limpar. Mas essa era também a justificação para mim: Gostar que não gostem de nós para justificar a miserabilidade em que nos encostamos no canto da vida. Uma noite, um corpo de mulher sem mulher ergueu-se da minha cama e ripostou por eu querer competir na desgraça. Acendeu-se uma vela, depois um lume forte, depois uma mulher renasceu por mim, eu por ela. Mostrei-lhe a minha poesia mas ela não quis saber, que dessa também ela escrevía. Pediu-me antes que lhe mostrasse o homem. E um incêndio limpou todo o quarto, todos os meus medos e a minha pena. Distintamente soube que já houvera sido, uma labareda clara revelou-me a verdade do meu regresso a uma vida que se repetía. Tempo de portas, tempo de não cometer os mesmos erros nas escolhas.
PURIFICAÇÃO
Os corpos substituíam-se à velocidade dos lençóis a mergulharem numa escuridão cada vez mais densa, peganhenta, dificil de limpar. Mas essa era também a justificação para mim: Gostar que não gostem de nós para justificar a miserabilidade em que nos encostamos no canto da vida. Uma noite, um corpo de mulher sem mulher ergueu-se da minha cama e ripostou por eu querer competir na desgraça. Acendeu-se uma vela, depois um lume forte, depois uma mulher renasceu por mim, eu por ela. Mostrei-lhe a minha poesia mas ela não quis saber, que dessa também ela escrevía. Pediu-me antes que lhe mostrasse o homem. E um incêndio limpou todo o quarto, todos os meus medos e a minha pena. Distintamente soube que já houvera sido, uma labareda clara revelou-me a verdade do meu regresso a uma vida que se repetía. Tempo de portas, tempo de não cometer os mesmos erros nas escolhas.
* 17.6.09
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6 memórias:
"À primeira quem quer cai, à segunda cai quem quer"
Bom texto!
Obrigada!
As escolhas, acto tão complicado sempre...
Beijinho*
Ressuscitado e com aprendizagem dos erros, não há porta que se não abra...
Ahhh...tens as chaves no bolso ou no chaveiro que está mesmo em frente de ti ao lado a porta da rua, vá!
Beijo
Os erros são humanos
Tanta vez o mesmo chão pisamos
Só assim crescemos...
Sofrendo na labareda da queda
Para de novo, nos erguermos...
Tempo de Amor, calor, feiticeiras
No ar o cheiro das fogueiras...
Junho, tem uma porta aberta
A chave está na tua mão de poeta!
(Se ela não quiser a tua poesia
oferece-lhe noite cheia de folia
Não se pode ter medo...
Esse é o Segredo!)
Pela "purificação" fica
Meu beijo de carinho no coração
A prestação do erro na purificação do acertado; é coisa do Desatino que, às vezes, o acertado seja o cadinho do erro...
E se assim não fosse qu'é da Vida?...
abraços!
simplesmente excelente!!!
adorei os textos que li...
(www.minha-gaveta.blogspot.com)
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